Vencedores da 24ª edição do Prêmio Fundação FEAC de Jornalismo incentivam participação no concurso
Em seu jubileu de prata com foco no Desenvolvimento Territorial, iniciativa distribuirá R$ 50 mil em prêmios; inscrições estão abertas até 25 de outubro
As inscrições para a 25ª edição do Prêmio Fundação FEAC de Jornalismo, que neste ano terá como tema “Desenvolvimento Territorial – Integrando Esforços para Alavancar Transformações Duradouras”, estão abertas e podem ser feitas até 25 de outubro. Voltada a jornalistas, comunicadores, estudantes universitários e Organizações da Sociedade Civil (OSCs) da Região Metropolitana de Campinas (RMC), a iniciativa distribuirá R$ 50 mil entre as quatro modalidades e seis categorias previstas no regulamento.
Na 24ª edição, realizada em 2024, os trabalhos premiados mostraram a força do jornalismo e da comunicação para dar visibilidade a histórias de transformação social e fortalecimento comunitário. Os vencedores do ano passado compartilham suas experiências e reforçaram a importância da iniciativa da Fundação FEAC para colocar a pauta social em mais evidência.
Os vencedores do jornalismo
Na categoria Fotojornalismo, o vencedor foi Gustavo Abdel, do site Hora Campinas, com o registro de Maria do Socorro Souza, moradora do Jardim São Marcos, uma das fotos que ele fez para a matéria “Praça revitaliza comunidade e leva esperança à região dos Amarais”. A reportagem mostrou, como parte do projeto “Desenvolve Amarais”, a revitalização de uma área degradada no Jardim São Marcos, em Campinas, onde a Fundação FEAC, em parceria com a Prefeitura, transformou um espaço antes tomado por entulhos em uma praça com infraestrutura de lazer, iluminação e áreas arborizadas, beneficiando cerca de 20 mil moradores.
Para Gustavo, ser reconhecido pelo prêmio foi a confirmação de que o jornalismo tem um papel ativo na construção de novas narrativas sociais. “A reportagem foi produzida in loco, o que trouxe uma dimensão mais rica e humana ao trabalho. Entrevistar moradores, acompanhar visitas guiadas e estar presente no local da transformação foram essenciais para retratar a realidade de forma sensível. Ver o impacto direto daquela revitalização na vida das pessoas me deu a certeza de que aquela história precisava ser contada. Mais do que um reconhecimento técnico, o prêmio é um estímulo para continuar buscando pautas que realmente façam a diferença”, afirmou.
Na categoria Online, o vencedor foi Anthony Teixeira, do site A Cidade ON Campinas, com a reportagem “Sementes do Amanhã: a importância dos centros educacionais e projetos de desenvolvimento infantil no Jardim Monte Cristo”, sobre o impacto do projeto “Verdejando Escolas” no Instituto Educacional Sementes do Amanhã. A matéria detalha como a parceria entre a Fundação FEAC e a CoCriança transformou o local, aproximando os pequenos da natureza e promovendo práticas pedagógicas inovadoras.
“Enquanto jornalista, sempre busco trazer essas pautas que dão visibilidade a pessoas que precisam ser ouvidas. Ter sido reconhecido pela Fundação FEAC é uma grande felicidade, pois compartilho esses valores enquanto profissional e pessoa. Esta reportagem não foi só minha, mas fruto do trabalho coletivo de muitas pessoas envolvidas no projeto. O processo de apuração foi longo e intenso, envolvendo muitas entrevistas, além de pesquisa de dados para validar o impacto real do contato com a natureza no desenvolvimento infantil. O prêmio confirma que contar histórias que transformam vidas é o caminho certo”.
Já na categoria Rádio, o jornalista Kevin Accioly Kamada, da Rádio Brasil Campinas, foi o campeão com a reportagem “Como é bom estar em Casa!”, que abordou o impacto e a importância da Casa de Apoio Santa Clara, um serviço que, há mais de 10 anos, transforma a vida de mulheres em situação de vulnerabilidade social em Campinas, oferecendo abrigo, suporte e esperança para recomeçar. “Para mim, foi o símbolo maior de uma dedicação diária para reconhecer as vidas que estão por trás das notícias que contamos. Com narrativas mais humanizadas, conseguimos sensibilizar e dar uma força maior para transformar realidades”, disse.
Ele contou que a produção da reportagem exigiu pesquisa profunda, visitas a abrigos municipais e conversas com pessoas em situação de rua para compreender seus dramas, além da parceria fundamental com a equipe da Casa Santa Clara. “Acredito que matérias como essa possibilitam que essa população, muitas vezes tratada friamente nos números estatísticos, tenha voz e espaço para expressar suas angústias. O jornalismo pode ser uma ferramenta poderosa para discutir esses problemas sociais urgentes e promover mudanças,” afirmou.
Na categoria TV, a jornalista Lucimeire Ramalho, da TV Band Campinas, foi a vencedora com a reportagem “ONG de Campinas muda a vida de crianças na periferia”, que mostrou as ações transformadoras da OSC CPTI, que há 32 anos oferece educação, atividades artísticas e formação profissional, beneficiando mais de 40 mil pessoas em situação de vulnerabilidade.
“É a certeza de que fiz um bom trabalho, expressando a importância do CPTI na vida de tantas crianças e adolescentes. O processo foi facilitado pela conexão do produtor, que estudou na instituição, mas o maior desafio foi o tempo curto, pois tivemos que dividir atenção com outras demandas da redação”, revelou. Ela destacou a importância de ampliar a visibilidade de OSCs que já são reconhecidas localmente, levando seu impacto a um público mais amplo. “Ter um prêmio como o da FEAC é fundamental para estimular que pautas sociais ganhem espaço na mídia, pois os temas factuais normalmente predominam na imprensa. O prêmio ajuda a transformar a pauta social em notícia, o que é essencial para o fortalecimento dessas causas”.
Na categoria Impresso, o primeiro lugar ficou com o repórter Luiz Felipe Leite, do Correio Popular, pela matéria “Horta comunitária alimenta corpo e alma no Jd. Florence”. A reportagem destacou a revitalização de um terreno em uma região de periferia, que se tornou uma horta comunitária gerando renda, segurança alimentar e promovendo oficinas que melhoraram a qualidade de vida local. “Foi um momento muito importante para mim, especialmente porque essa é a segunda vez que recebo o reconhecimento da Fundação FEAC. Em tempos em que a profissão é atacada e desvalorizada, o prêmio reafirma o valor do nosso trabalho”, disse.
Ele explicou que a reportagem evidenciou o impacto social da horta para os moradores, que encontraram na iniciativa um espaço de convivência e superação. “Dar voz a quem normalmente não tem espaço nos veículos tradicionais é uma missão para mim. O prêmio não só beneficia minha carreira, mas também amplia a visibilidade dos resultados das pautas, fortalecendo o jornalismo focado em transformação social.”
Trabalhos além das redações
Na categoria Profissional de Comunicação, a jornalista Luana Galiza conquistou o primeiro lugar com a matéria “Mais que um Prontuário”, veiculada em seu canal do Youtube. A websérie abordou o retorno do menor infrator à sociedade e a importância de projetos como o Sintonizando na Transformação, uma parceria entre a FEAC e o Centro de Orientação ao Adolescente de Campinas.
Para ela, a conquista representou autonomia e reconhecimento por seu esforço pessoal. “Ganhei o prêmio por mérito meu! A produção foi intensa, sempre fora do expediente, à noite e nos finais de semana. Um dos maiores desafios foi conseguir gravar em áreas controladas pelo tráfico, onde precisei pedir permissão para realizar entrevistas. Fui muito bem recebida por moradores e pela comunidade”, conta.
“Vejo esse prêmio como uma chave para abrir muitas portas, ainda mais num cenário em que influencers e Inteligência Artificial dominam os veículos de comunicação”, diz ela que considera o jornalismo social uma ferramenta para propagar humanidade e dar voz a quem precisa.
Gabriel Henrique Farias, da OSC COMEC, foi o grande vencedor de Social Beneficiário, modalidade inédita na premiação, com a websérie “Transformação”, que mostra a trajetória de jovens beneficiários do projeto Sintonizando na Transformação. Dividida em três episódios, a produção traz narrativas de adolescentes sobre vivências relacionadas ao universo infracional, cumprimento de medida socioeducativa e o impacto do projeto na construção de novas perspectivas, a partir do protagonismo juvenil.
Gabriel destacou o significado do prêmio para o trabalho realizado há quatro anos. “Foi muito importante o reconhecimento para mostrar e evidenciar o que já fazemos, transformando vidas de jovens e adolescentes em Campinas. O maior desafio foi o tempo curto para produção, mas o reconhecimento abre portas e cria parcerias que ajudam a ampliar o alcance do projeto. É fundamental que jovens da periferia reconheçam sua realidade, seus direitos e a possibilidade de mudá-la. Esta nova categoria demonstra que o prêmio evolui junto com as transformações sociais, valorizando diversidade e inovação”, frisou.
Na categoria Social Profissional, o vencedor foi Ricardo Leite de Moraes, da OSC CCJSL, com o vídeo “Setembro Verde Campinas 2024 – Sudoeste Inclusiva”, que destacou ações de inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência em Campinas, promovendo debates, caminhadas e seminários que visam construir uma comunidade mais justa e acessível.
“Nunca tinha participado de nada parecido e conquistar esse prêmio significou muito mais do que um troféu. Foi o reconhecimento de um trabalho que dá voz a iniciativas importantes para a acessibilidade e direitos das pessoas com deficiência”, disse. Ele revelou que encarou desafios técnicos de produzir a reportagem sozinho e enfatizou que o verdadeiro mérito é das pessoas e organizações que tornam possíveis as ações retratadas. “Mostrar essa luta silenciosa e a potência das redes comunitárias é um ato político. A categoria Social Profissional amplia o conceito de comunicação, valorizando quem está no território contando essas histórias com verdade e afeto”, completou.
Na categoria Universitário, a vencedora foi Alanis Mahara Borges, estudante de Jornalismo da UNIP Campinas, com a matéria “Funcionário de antiga fazenda e primeiro morador da Vila Brandina torna-se proprietário de casa que construiu há quase seis décadas”. A reportagem contou a história de Sebastião Rosa, conhecido como Tião Mineiro, o primeiro morador da Vila Brandina II, que deu origem à Fundação FEAC. Por meio de um olhar sensível e detalhado, Alanis trouxe à tona a trajetória de vida de um personagem fundamental para a memória local, valorizando a história e a cultura da região.
Inscrições para o Prêmio de 2025
As inscrições para a 25ª edição do Prêmio Fundação FEAC de Jornalismo são gratuitas e podem ser feitas até 25 de outubro de 2025, exclusivamente pelo site www.feac.org.br/premiofeac. Podem participar trabalhos publicados ou veiculados entre 1º de janeiro e 25 de outubro de 2025, que tenham como público a Região Metropolitana de Campinas RMC ou em ambiente digital com alcance de público residente nessa região comprovado por mídia kit do veículo.
Serviço
25ª edição do Prêmio Fundação FEAC de Jornalismo
Inscrições: até 25 de outubro de 2025
Divulgação dos finalistas: até 20 de novembro de 2025
Premiação: prevista para 10 de dezembro de 2025 (data sujeita a alterações)
Mais informações e regulamento: www.feac.org.br/premiofeac
Sobre a Fundação FEAC
A Fundação FEAC é uma organização independente localizada em Campinas, dedicada a criar uma sociedade mais justa e sustentável. Focada em educação, assistência social e promoção humana, a FEAC investe em projetos próprios e em parcerias com outras organizações para apoiar regiões e populações vulneráveis, especialmente crianças e adolescentes. Financiada por recursos próprios e parcerias institucionais, a Fundação é gerida por um Conselho Curador e uma Diretoria Executiva, com uma equipe técnica especializada em suas áreas programáticas. Para mais informações acesse: https://feac.org.br/