PIB da Construção deve fechar o ano com crescimento de 1,8%
SindusCon-SP apresentou projeções para 2026
Regional Campinas anunciou dez novas construtoras atuando e expectativas para geração de mais negócios na região
O SindusCon-SP apresentou na quarta (10) análise completa do desempenho da construção civil em 2025 e as perspectivas econômicas para 2026. Participaram da apresentação o presidente do SindusCon-SP, Yorki Estefan; o vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan; e a coordenadora de Projetos da Construção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), Ana Maria Castelo.
Na abertura, o presidente Yorki Estefan destacou que a análise anual da Área Econômica do SindusCon-SP reúne os principais indicadores que influenciaram o desempenho do setor ao longo de 2025. Ele enfatizou que, apesar de ter sido um ano desafiador, o setor segue gerando empregos, ainda que em um ritmo menor, e contribuindo para o crescimento da indústria brasileira. Também lembrou que a velocidade de vendas de empreendimentos imobiliários no médio padrão diminuiu diante da dificuldade de acesso ao crédito pela população, reforçando que a construção civil responde diretamente ao comportamento da economia: quando os juros caem, o setor acelera; quando os juros permanecem elevados, o ritmo de crescimento diminui.
“O ano de 2025 foi marcado pela desaceleração da atividade econômica, movimento que também alcançou o setor da construção. Observamos um crescimento moderado, abaixo do potencial, mas sem caracterizar recessão. Foi um período importante, com avanços institucionais relevantes, como as reformas tributária e do Imposto de Renda da Pessoa Física. Para 2026, mantenho a expectativa de um cenário mais favorável, tanto para a construção civil quanto para o país”, afirma Eduardo Zaidan.
Regional Campinas
O diretor da Regional Campinas do SindusCon-SP, Marcio Benvenutti, no balanço de 2025 anunciou a vinda durante o ano de dez novas construtoras para a região. “Em relação a vinda dessas empresas, nossa expectativa é muito positiva para 2026, pelo potencial gerador de novos negócios regionais que elas trazem. Inclusive esse movimento das construtoras nos estimulou a criar na Regional uma diretoria voltada especificamente para Investimentos e Incorporações.”, acrescentou.
Em outro sentido, a escassez de mão de obra qualificada continua como um dos gargalos para a maior expansão do setor. Benvenutti afirmou que a parceria SindusCon-SP e Senai-SP, no início de dezembro, formou mais uma turma de 27 alunos do curso de especialização profissional em Mestre de Obras, realizado na Escola Senai Roberto Mange, em Campinas. Com isso a Regional passou a marca de 550 diplomados nessa especialização em Mestre de Obras.
PIB da construção
O PIB da construção deve encerrar 2025 com crescimento de 1,8%, segundo estimativas do FGV Ibre com base em dados do IBGE, confirmando a perda de ritmo em relação a 2024. Para a coordenadora Ana Castelo, “a construção diminuiu o ritmo e a confiança, a percepção dos negócios, ficou mais pessimista”. Entre os indicadores de atividade, o consumo de cimento avançou 3,6% no acumulado do ano até outubro. No mesmo período, a indústria e o comércio de materiais de construção registraram quedas de 0,7% e 0,1%, respectivamente. Do total produzido pela indústria de materiais, 47% têm como destino direto as famílias.
Mercado de trabalho da construção
No mercado de trabalho, a construção manteve saldo positivo de contratações formais. Nos últimos 12 meses até outubro, o emprego com carteira no setor cresceu 2,84%. A escassez de mão de obra qualificada e a demanda insuficiente continuaram entre os principais entraves apontados pelas empresas. Até outubro, o setor empregava mais de 3 milhões de trabalhadores no Brasil e cerca de 365 mil no estado de São Paulo.
Crédito habitacional
Em contrapartida, o crédito habitacional voltado à classe média sofreu forte retração. Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostram que as contratações de financiamento de unidades habitacionais com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) caíram 48,9% na modalidade construção e 7,4% na modalidade aquisição, na comparação dos primeiros dez meses de 2025 com o mesmo período de 2024, resultando em queda de 21,4% no total do ano.
Perspectivas para 2026
Em um cenário-base (nem pessimista, nem otimista), o FGV/Ibre estima que o PIB da construção deva crescer 2,7% em 2026. De acordo com Ana Castelo, as perspectivas para o próximo ano dependerão do comportamento de variáveis como o cenário eleitoral, a conjuntura geopolítica e a atividade econômica interna. A combinação de juros ainda elevados, situação fiscal e menor dinamismo econômico pode impactar negativamente investimentos e mercado de trabalho.
Em contrapartida, fatores como a queda gradual dos juros, o aumento dos gastos estaduais com obras, novas intervenções do MCMV, o novo modelo de financiamento habitacional, o ciclo de investimentos em infraestrutura e o Programa Reforma Casa Brasil podem impulsionar a atividade da construção ao longo do próximo ano.
SindusCon-SP
É a maior associação de empresas da indústria da construção na América Latina. Congrega aproximadamente 300 construtoras associadas e representa cerca de 50 mil empresas de construção residencial, industrial, comercial, obras de infraestrutura e habitação popular, localizadas no estado de São Paulo. Com sede na capital paulista, possui nove diretorias regionais: Bauru, Campinas, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, Santo André, S. José do Rio Preto, S. José dos Campos, Sorocaba e uma delegacia em Mogi das Cruzes. A construção civil representa 3,6% do PIB do Brasil (IBGE/CBIC), e a construção paulista constitui 27,6% da construção brasileira (IBGE).
Roncon & Graça Comunicações
Jornalistas: Edécio Roncon / Vera Graça