Preparação para o SAEB: escola pública do Paraná tem desempenho até nove vezes maior que a média estadual e reforça liderança nacional

O estado do Paraná tem se consolidado como uma das maiores referências em educação pública no Brasil. Em 2023, alcançou médias de 4,9 no Ensino Médio e 5,5 no Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), garantindo a liderança nacional em ambos os segmentos. O estado também obteve 6,7 nos anos iniciais do Ensino Fundamental e 5,2 no Ensino Médio integral, reafirmando a consistência dos resultados em toda a rede.

Agora, em 2025, o Paraná se prepara para o SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) com uma proposta inovadora de ensino que já vem demonstrando resultados expressivos. O Projeto Investigação, implementado em diversas escolas da rede estadual, combina tecnologia, trabalho em equipe e protagonismo estudantil, e tem revelado um enorme potencial de aprendizado.

Um dos exemplos mais marcantes é o do Colégio Estadual Tomé de Souza, localizado em Novo Itacolomi, Município pertencente ao Núcleo Regional de Educação de Apucarana (PR). A escola registrou um salto de 23 pontos em Língua Portuguesa e Matemática em simulados aplicados ao 9º ano, desempenho quase seis vezes superior à média da rede estadual. No Ensino Médio, o avanço também superou a média em até nove vezes, indicando que a nova metodologia está surtindo efeito.

Enquanto o Paraná teve crescimento médio de 15 pontos em Língua Portuguesa e 4 pontos em Matemática no 9º ano, o Tomé de Souza apresentou 23 pontos de avanço em ambas as disciplinas. No Ensino Médio, o resultado também surpreendeu: 19 pontos em Língua Portuguesa e 9 em Matemática, frente à média estadual de 10 e 1 ponto, respectivamente.

Esses números não são apenas estatísticas. Por trás deles está uma história de transformação. Uma das protagonistas desse feito é a pedagoga do Colégio Estadual Tomé de Souza, Ana Paula da Silva, que há 28 anos atua no segmento e acredita no poder da educação para mudar vidas.

“Meu avô sempre dizia: vai estudar, minha filha, quem estuda tem futuro lá fora. Ele era simples, mas muito sábio”, relembra Ana Paula. “Hoje, ver o brilho no olhar dos nossos estudantes me faz entender o que ele queria dizer. A educação realmente transforma.”

O Projeto Investigação

Combinando metodologias ativas, docência compartilhada, interdisciplinaridade e uso de tecnologia educacional, o projeto apoia escolas do Ensino Fundamental e Médio na melhoria contínua da aprendizagem. Os resultados apontam que as escolas participantes vêm apresentando avanços muito superiores às demais, e o Tomé de Souza é um dos exemplos mais emblemáticos desse impacto.

A ferramenta utilizada no projeto é a plataforma Wayground, uma solução gamificada de aprendizagem que permite acompanhar o desempenho dos alunos em tempo real e ajustar estratégias de ensino conforme as necessidades de cada turma. Mais de 650 mil estudantes paranaenses já acessam a ferramenta semanalmente, com 30 mil atividades criadas e mais de 1 bilhão de perguntas respondidas desde 2023.

“No início, ficamos receosos, mas logo percebemos que o projeto seria um divisor de águas”, conta Ana Paula. “Os alunos se envolveram de verdade. Até aqueles com mais dificuldades começaram a dizer: ‘professora, eu consegui!’. Isso é gratificante demais.”

Segundo a pedagoga, o trabalho em equipe, a valorização das opiniões e a troca constante entre professores criaram um ambiente de colaboração e entusiasmo dentro da escola. “A ferramenta tornou o aprendizado mais interativo e prazeroso. Os estudantes passaram a encarar as atividades como desafios, não como provas.”

As duas avaliações diagnósticas aplicadas em maio e agosto de 2025 mostraram avanços expressivos nas turmas do 9º ano e da 3ª série do Ensino Médio. Para Ana Paula, o segredo está em olhar para cada aluno de forma individual. “Conseguimos identificar rapidamente as dificuldades e agir antes que virem lacunas maiores. Esse acompanhamento personalizado faz toda a diferença.”

O impacto, no entanto, vai além dos números. “O projeto nos trouxe encantamento. Quando o estudante se emociona e se sente capaz, ele aprende de verdade. E é isso que estamos vendo acontecer aqui”, resume.

Com resultados expressivos e um modelo pedagógico inovador, o Colégio Estadual Tomé de Souza se tornou referência dentro e fora do Paraná. “Estamos confiantes de que nossa escola vai avançar ainda mais no IDEB e no SAEB. O mais importante é ver nossos alunos acreditando em si mesmos”, diz Ana Paula. “Que a educação continue sendo essa força capaz de transformar realidades, assim como transformou a minha.”

Para Renata Virgínia Moura, Coordenadora do Projeto Investigação na Seed (Secretaria de Educação do Estado do Paraná), “quando falamos sobre o Projeto Investigação, falamos sobre muito mais do que conteúdos escolares. Estamos falando sobre pessoas — sobre estudantes que aprenderam a trabalhar juntos, a ouvir, a argumentar, a respeitar opiniões diferentes e a construir conhecimento de forma colaborativa”.

A coordenadora conta que o projeto tem mostrado um impacto profundo tanto nos aspectos relacionais quanto cognitivos dos estudantes. “No campo das relações, percebemos uma mudança significativa: as equipes se fortalecem, aprendem a lidar com conflitos, a dividir tarefas, a valorizar o trabalho do outro e a reconhecer que cada um tem algo único a contribuir. Essa convivência mais saudável e cooperativa tem refletido diretamente no clima da escola”, explica.

Embora ainda esteja em fase piloto, o Projeto Investigação já é desenvolvido em cerca de 30 escolas da rede estadual — um número pequeno diante das mais de 2 mil escolas públicas do Paraná. Mesmo assim, as unidades participantes vêm apresentando resultados muito superiores à média da rede, o que tem chamado a atenção da Secretaria da Educação. Diante dos resultados, a Seed já estuda a ampliação do projeto para outras regiões do estado, com o objetivo de levar a metodologia inovadora a um número cada vez maior de estudantes.

“Do ponto de vista cognitivo, o avanço também é notável. Ao investigar, discutir e buscar soluções para problemas reais, os estudantes desenvolvem o pensamento crítico, a criatividade e a autonomia intelectual. Eles não apenas decoram conteúdos — eles compreendem, conectam e aplicam o que aprendem em diferentes contextos”, detalha Renata.

As provas do SAEB 2025 serão aplicadas entre outubro e novembro, e o Paraná segue monitorando o progresso das escolas e aprimorando suas estratégias. Histórias como a do Tomé de Souza mostram que inovação, tecnologia e encantamento podem, juntos, redefinir o futuro da educação pública brasileira.

Sobre o Wayground

O Wayground (anteriormente Quizizz) é uma plataforma global de aprendizagem complementar que combina interatividade, gamificação e inteligência artificial para apoiar professores e motivar alunos em sua jornada educacional. Fundada em 2015, a edtech tem sedes em Bangalore (Índia) e Santa Monica (EUA), e é utilizada em mais de 150 países por milhões de educadores e estudantes.

Mais do que uma ferramenta de avaliação, o Wayground é um hub de ensino personalizado que engaja os alunos, permite a recomposição da aprendizagem em tempo real e ajuda professores a mapear lacunas de conhecimento dos estudantes de forma prática e eficaz. A plataforma também tem sido amplamente utilizada para a preparação de alunos para exames nacionais, como SAEB e ENEM, e internacionais, como o PISA, por meio de recursos que simulam as avaliações e favorecem o desenvolvimento de competências exigidas.

Com mais de 50 milhões de usuários no mundo, presença em 86% das escolas norte-americanas e uma biblioteca pública com mais de 30 milhões de atividades, o Wayground oferece recursos interativos como quizzes, vídeos, slides, desafios gamificados e ferramentas de feedback com personalização por nível de aprendizagem.

No Brasil desde fevereiro de 2023, a plataforma já conta com mais de 300 mil professores cadastrados, 100 mil atividades geradas por mês e uma base altamente engajada. Só no estado do Paraná, são mais de 650 mil alunos conectados semanalmente e 1 bilhão de perguntas respondidas — um indicativo da escala e do impacto da solução no contexto educacional brasileiro.

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