Diretora da FITec destaca desafios e soluções na transição energética

Em artigo sobre segurança cibernética que integra o livro “Energia em Transformação – A Contribuição das Mulheres para a Transição Energética”, Astrid Heinisch alerta sobre os riscos e aponta as estratégias para proteger infraestruturas críticas frente à digitalização acelerada do setor energético.

Em meio a uma transformação global do setor energético, a segurança cibernética é um tema que ganha cada vez mais protagonismo diante do uso massivo de TIC – Tecnologia da informação e comunicação em infraestruturas críticas. A diretora executiva da FITec – Fundação para Inovações Tecnológicas, a engenheira Astrid Maria Carneiro Heinisch, traz uma contribuição para esse debate no artigo “Segurança Cibernética na Transição Energética e Tecnológica”, que integra o livro “Energia em Transformação – A Contribuição das Mulheres para a Transição Energética”, recém-lançado pela Editora Pontes. A obra reúne vozes femininas que ocupam posições importantes em setores estratégicos da economia e tecnologia na área de energia, mostrando que a presença e a contribuição das mulheres têm sido fundamentais para garantir um futuro energético sustentável, inovador e seguro.

Astrid Heinisch alia sua experiência multidisciplinar como executiva, engenheira e professora de segurança cibernética, atuante em projetos nos setores de telecomunicações, energia e automação à reflexão sobre os riscos e as estratégias para gerenciar os riscos cibernéticos no contexto infraestruturas críticas frente à digitalização acelerada do setor energético e a busca por um entendimento comum, bem como por regulamentação, normatização e melhores práticas da segurança cibernética das infraestruturas críticas no Brasil. Em seu artigo, ela reforça que não haverá sucesso na transição energética sem atenção à segurança cibernética. No contexto da transição energética, além de trabalhar novos modelos de negócios, aspectos culturais, políticos, regulatórios e demandas tecnológicas, deve-se manter a operação da infraestrutura crítica de energia resiliente e segura, garantindo a disponibilidade do serviço. O setor elétrico, cada vez mais digitalizado e descentralizado, precisa estar preparado para lidar com ataques que podem comprometer desde a integridade dos dados até a operação de sistemas essenciais. O olhar estratégico, técnico e acadêmico de Astrid Heinisch contribui para evidenciar que a segurança cibernética deve caminhar lado a lado com a inovação. Mais do que uma questão tecnológica, trata-se de uma decisão de gestão, cultura organizacional e soberania nacional. 

Desafios

Considerando a cibersegurança imprescindível à operação da nova matriz energética, Astrid destaca os desafios impostos ao Sistema Elétrico de Potência (SEP) pela incorporação de tecnologias como Internet das Coisas (IoT), 5G e inteligência artificial (IA). Esses avanços, embora essenciais para a modernização e eficiência do sistema elétrico, também ampliam a superfície de exposição a ataques cibernéticos. Segundo a autora, há uma urgência em migrar de soluções pontuais para uma gestão integrada de segurança cibernética, que considere as particularidades dos ambientes operacionais (Tecnologia da Operação – TO) e não apenas os protocolos típicos da Tecnologia da Informação (TI). Reforça que simplesmente replicar práticas de segurança de TI sem adaptação ao contexto de TO, pode levar à falsa sensação de segurança. Defende que a segurança seja pensada de forma estratégica como parte da governança corporativa e alinhada à geração de valor da organização. Conhecer os ativos cibernéticos, avaliar riscos e estruturar uma arquitetura de rede segura, segmentada e monitorada são etapas obrigatórias, afirma.

No texto publicado no livro “Energia em Transformação – A Contribuição das Mulheres para a Transição Energética”, a autora analisa os principais frameworks e normas internacionais aplicáveis ao setor elétrico. A proposta é adotar uma estratégia de defesa em profundidade, criando múltiplas camadas de proteção com base na criticidade dos ativos e na probabilidade de incidentes, isolar os sistemas mais críticos e garantir que o tráfego de dados entre diferentes zonas de segurança seja controlado com base nas análises dos riscos cibernéticos.

Sobre o livro

“Energia em Transformação – A Contribuição das Mulheres para a Transição Energética” é uma iniciativa que reúne artigos de especialistas do setor com o propósito de destacar o protagonismo feminino em um campo historicamente dominado por homens. A obra propõe reflexões críticas e soluções concretas para os desafios da transição energética, com um recorte de gênero que fortalece a diversidade como motor de inovação. 

Sobre Astrid Heinisch

Astrid Maria Carneiro Heinisch é diretora executiva da FITec- Fundação para Inovações Tecnológicas- e professora na PUC Minas. É engenheira de telecomunicações formada pelo INATEL e doutoranda em Tecnologia da Informação e Comunicação e Gestão do Conhecimento e mestre em Administração de Empresas pela FUMEC, com MBA Executivo pela FDC – Fundação Dom Cabral. Possui experiência de mais de 25 anos em pesquisa e desenvolvimento e inovação (P,D&I) nas áreas de energia, telecomunicações e automação. Ela coordenou projetos de P,D&I, desenvolveu atividades de liderança, gestão, planejamento, desenvolvimento de negócios e vendas consultivas no decorrer da sua carreira.

Sobre a FITec

Criada na década de 1990, a FITec é um Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) privado, sem fins lucrativos, tem mais de 25 anos de existência e está presente em cinco unidades (MG, PE, AM e duas em SP). Dispõe de uma vasta equipe colaboradores com longa experiência de mercado e qualificação nas áreas de Transformação Digital, Inteligência Artificial, Visão Computacional, Ciência de Dados, IoT, Conectividade, Gestão, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica e Automação. Isoladamente ou em cooperação com equipes de parceiros.

Especificamente em projetos de energia, incluindo P&D ANEEL, acumula mais de 15 anos junto às mais importantes concessionárias do país. De forma colaborativa com concessionárias, em parceria com empresas, universidades e startups, trouxe temas até então pouco explorados: Segurança Cibernética em Redes Inteligentes de Energia (Cybersecurity), Veículos Aéreos Não Tripulados para Inspeção (UAVs), Sistemas de Armazenamento de Energia por Baterias (BESS/SAEB), Sistema de Gerenciamento de Recursos Energéticos Distribuídos (DER/DERMS), Infraestrutura Avançada de Medição (AMI), Medição Multiutilities, IoT, LoRa, 6LowPan, SmartGrid/SmartCities, Teleproteção com redes de comunicação estatísticas e Sistemas de Videomonitoramento com IA, entre outros.

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